Sempre adorei trabalho de investigação, por isso quando entrei para o Mestrado em Jornalismo da ESCS, já tinha uma tese pensada. Ia ser sobre os jornais e a saúde. Queria saber quem é que escrevia sobre saúde, quando e porquê. Queria saber se era por interesses terceiros, se era por interesse no tema, se por necessidade de informação, se era por tudo e por nada e sempre a abrir, se era em casos singulares e com cuidado. Queria saber quem escrevia e o que é que as pessoas - entidades e seres publicos como eu - achavam disto tudo.
Tinha o esquema todo feito e decidido, tinha orientador escolhido, tinha o período temporal e meios a analisar escolhidos, tinha a vontade de fazer. O ano passou e este ser público e trabalhador (eu) achou que não ia ser possível complementar as aulas, a tese e o trabalho (que era sempre dentro e fora de horas). E ia ser dificil, mas este ser conseguiu complementar com as aulas, por isso a tese não seria complexo. O orientador estava animado com o tema, era realmente algo relevante para a sociedade. O orientador já sabia até com quem ia falar para me arranjar entrevistas no sector público. O orientador morreu, vítima de um problema de saúde que afecta, curiosamente, muitas pessoas neste país.
Desisti. Acabou o primeiro ano e desisti do segundo, do da tese. Porque com outra pessoa naquela instituição não faria tanto sentido. Porque a azáfama de trabalho durante a semana e ao fim de semana, de dia e de noite, aulas nas noites que sobravam, morar longe, tudo era demasiado complicado e estava a tirar-me as forças. Não valia a pena se o meu orientador, que tanto sabia sobre o tema, já não me podia acompanhar. Deixei para depois.
O depois chegou, e a vontade de querer retomar o curso só para fazer a tese está cá. Sei que terei de escolher outro orientador e sei que não será fácil. Mas o que me está mesmo a deixar de pé atrás é o meu querido "amigo" de faculdade: O SPSS.
Haverá ferramenta informática a causar mais ódiozinhos que esta?
Tenho muitas e sérias dúvidas.
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