1 de setembro de 2015

Apaixonada pelo Audible


Sempre fui miúda de devorar livros durante a viagem casa-trabalho-casa. Lia no comboio, de pé ou sentada no metro, e a andar (sim, eu sei, posso descolar a retina, blablabla whiskas saquetas). Nos últimos dois anos e meio isso deixou de acontecer - passei a ter de andar de carro para o trabalho. E era uma coisa que me tirava do sério. Passei dias a magicar uma forma de continuar a dar vazão aos livros na bucket list de leitura, mas nada resultava. Ler antes de dormir, esquece. Ler de manhã antes de sair para o trabalho, tinha de ser antes das 6, nope. Ler à hora de almoço no trabalho, não resultou. Acabei por deixar de ler. Olhava para os livros todos os dias, mas não conseguia ler.

Foi então que decidi instalar o Audible e ouvir no carro. Comprei um livro que já tinha lido, para testar a coisa. Resultou muito bem. Agora "leio" sempre no carro. Evito as músicas da rádio, não levo as mãos à cabeça quando entro no carro e me lembro que não actualizei a lista offline do Spotify, não oiço os mesmos CDs vezes e vezes sem conta para não ter de me dobrar, enquanto conduzo, para meter outro CD no leitor do carro, que por algum motivo estúpido está dentro do porta luvas.

E adoro. A viagem para casa deixou de ser a pensar nos problemas do dia, para embarcar noutra viagem, normalmente muito mais apelativa. 

Agora estou a ouvir o On The Road, do Jack Kerouac. Com este novo velho hobby, percebi que os leitores dos audiobooks são tão importantes como o escritor. No meu primeiro audiobook, a leitora era a escritora e isso fez toda a diferença. Neste, até porque ainda não existiam audiobooks quando o autor vivia, é o Matt Dillon. A voz dele é um pouco monótona, mas até agora parece-me bem adaptada à história. E eu adapto-me a ele.

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